Sem dúvida alguma, os cristãos de hoje estão
confundidos acerca da Igreja. Existem centenas de
denominações em todo o mundo, e todas presumindo ser a
igreja verdadeira. O popular slogan "vá à
igreja que mais lhe agrade" aceita esta
condição e supõe que a Palavra de Deus seja falha em
nos dar uma provisão adequada para estes tempos,
guiando-nos em meio à confusão que reina na
cristandade.
Mas, será que o Senhor Jesus queria deixar Seus
seguidores sinceros em um tal estado de confusão? Vamos
diretamente às Escrituras para mostrar o que Deus nos
diz a respeito de Sua Igreja nos dias de hoje.
A primeira epístola a Timóteo apresenta a
"Casa de Deus" (1 Tm 3:15) de acordo com
o pensamento de Deus. A segunda epístola apresenta
"a Casa" quando esta foi arruinada pelo
fracasso do homem e, em sua ruína, ficou semelhante a
uma "grande casa" na qual "não somente
há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de
barro; uns para honra, outros, porém, para desonra"
(2 Tm 2:20).
O crente que uma vez tenha visto a verdade da Igreja ou
assembléia como a Casa de Deus, tal como ensinam as
Escrituras, talvez não encontre nada ao seu redor que
corresponda ou se ajuste a esta verdade. O que mais vemos
na cristandade é uma "grande casa" na qual há
vasos, uns para honra e outros para desonra. Será que a
Palavra de Deus dá instruções para o Seu povo em
condições como estas? Sim, ela mesma nos dá a
resposta.
Se desejamos andar neste mundo de acordo com o
propósito de Deus, devemos aprender que, por maior que
seja nossa inteligência natural, por mais que nossa
mente tenha sido instruída, por maior que seja nosso
conhecimento das Escrituras, e por mais sinceros que
sejam nossos desejos, se confiarmos em nossa
inteligência não poderemos achar a senda de Deus para o
Seu povo, em meio à confusão reinante na cristandade.
Não somos capazes de encontrar o caminho por nós mesmos
em meio às crescentes dificuldades, tamanha é a
contínua oposição à verdade, ou de nos
desembaraçarmos das várias questões e dificuldades que
continuamente surgem.
Após reconhecermos claramente nossa total
incompetência, poderemos aprender que não cabe a
nós encontrar nosso caminho como melhor possamos
fazê-lo, e que Deus nunca esperou de nós que
tivéssemos alguma sabedoria ou capacidade em nós mesmos
para andar de acordo com os Seus pensamentos. Bem podia o
Senhor dizer a nosso respeito: "Sem Mim nada podeis
fazer" (Jo 15:5).
Deus tem feito provisão para que conheçamos a Sua
vontade. Há três coisas que devemos recordar:
1. Temos uma Cabeça no céu: Cristo na
glória é a Cabeça de Seu Corpo, a Igreja; e toda a
sabedoria está na Cabeça. Não temos nenhuma sabedoria
em nós mesmos. É de extrema importância deixarmos
nossas próprias "cabeças" e olharmos
para Cristo como "a Cabeça" que nos guia. Se
confiarmos em nossas próprias "cabeças",
não estaremos, na prática, "ligados à
Cabeça" (Cl 2:19).
2. O Espírito Santo, uma Pessoa
divina, está na Terra. O Senhor sabia que o Seu povo
não seria capaz de manter-se, por si mesmo, em um mundo
do qual Ele estaria ausente. Antes de partir, Ele disse:
"E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro
Consolador, para que fique convosco para sempre; o
Espírito de verdade... Esse vos ensinará todas as
coisas" (Jo 14:16,17,26). A defesa e a manutenção
desta verdade não dependem dos crentes, mas da presença
contínua do Espírito de verdade.
3. Temos a Santa Escritura que,
"divinamente inspirada, é proveitosa para ensinar,
para redargüir, para corrigir, para instruir em
justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e
perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2 Tm
3:16,17), e que nos mostra "como convém andar na
Casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, a coluna e
firmeza da verdade" (1 Tm 3:15). Mas, numa época em
que a Casa de Deus foi convertida em uma ruína e quando
já não temos mais a realidade da verdade, o homem de
Deus ainda pode recorrer à infalível autoridade das
Escrituras, por meio das quais pode verificar todas as
coisas. Contudo, em hipótese alguma a ruína do
cristianismo, qualquer que seja o seu grau, poderá
alterar a Cristo, ao Espírito Santo, ou as Escrituras.
Cristo continua sendo a Cabeça no céu, com toda a
sabedoria necessária para o Seu povo, tanto para estes
últimos tempos, como o foi nos primeiros dias da
cristandade. O Espírito Santo habita entre os que
crêem com inalterável poder para guiar e reger. As Sagradas
Escrituras permanecem com sua autoridade suprema e
inalterável. Não obstante, a cristandade, como
um todo, tem posto de lado a Cristo, ao Espírito Santo e
as Escrituras.
Os grandes sistemas religiosos dos homens têm retido o
nome de Cristo, enquanto têm abolido a Cristo como
Cabeça no céu, nomeando-se cabeças terrenas. Roma tem
seu Papa; a igreja grega, seu Patriarca; as igrejas
protestantes, seus reis, arcebispos, presidentes ou
moderadores. Por conseguinte, nesses grandes sistemas,
pouco ou nenhum lugar é deixado ao Espírito. A máquina
religiosa e os artifícios carnais do homem têm
excluído o Espírito. E finalmente, os homens têm
lançado o mais implacável ataque contra as Escrituras,
manipulando-as a seu bel-prazer, até ao ponto de não
restar quase nenhuma seita na cristandade que mantenha
certo grau de reconhecimento de que TODA a
Escritura é "divinamente inspirada" (2 Tm
3:16).
O que devemos fazer? As Escrituras nos respondem
definitivamente o que nós devemos manter e como devemos
atuar sobre dois grandes princípios:
1. Separação de tudo o que é contrário
à verdade de Deus - Tudo quanto seja uma
negação da verdade da Igreja; tudo quanto negue a
Cristo como sendo a única Cabeça de Sua Igreja; tudo
quanto negue ao Espírito Santo como sendo nosso todo
suficiente guia, e tudo quanto negue as Escrituras como
sendo nossa absoluta autoridade, a qual permanece
imutável.
2. Associação com tudo quanto está de acordo
com Deus - Depois de termos nos apartado do mal,
as Escrituras insistem neste outro ponto igualmente
importante. Em poucas palavras, "cessai de fazer o
mal, aprendei a fazer o bem" (Is 1:16,17).
O que nos dizem as Escrituras quanto à separação do
mal? Todos devemos admitir que a separação deste
mundo ímpio foi sempre necessária para o povo de Deus
em todos os tempos; todavia neste tempo em que a
cristandade encontra-se corrompida, temos instruções
especiais para uma separação em três aspectos:
1. Separação de todo sistema religioso, que
é uma negação da verdade de Cristo e da Igreja.
"Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o Seu
vitupério" (Hb 13:13). O arraial (ou acampamento)
era o sistema judaico estabelecido originalmente por
Deus. Era composto de um povo em um relacionamento
exterior com Deus, com uma ordem terrena de sacerdotes.
É evidente que os sistemas religiosos da cristandade
foram formados sob o modelo do arraial ou acampamento.
Geralmente são compostos de uma mistura de convertidos e
inconversos. Tais sistemas são, definitivamente, de um
apelo ao homem natural, pois têm seus santuários
terrenos, seu ritual e sua ordenação humana de
sacerdotes ou líderes que se colocam entre o povo e
Deus. E assim, imitando o arraial ou acampamento, os
cristãos puseram de lado a Cristo como a Cabeça, ao
Espírito Santo como guia, e as Escrituras como
autoridade. Se quisermos dar a Cristo o Seu verdadeiro
lugar, devemos, em obediência à Palavra de Deus, sair
"a Ele, fora do arraial, levando o Seu
vitupério" (Hb 13:13).
2. As Escrituras também nos ensinam, de uma
maneira muito clara, a separação da má doutrina. "Qualquer
que profere o nome de Cristo aparte-se da
iniqüidade" (2 Tm 2:19). Todo aquele que confessa o
nome do Senhor, por sua profissão de fé, identifica-se
com o Senhor, e é responsável de
apartar-se da iniqüidade. Está bem claro que esta
passagem está se referindo à "iniqüidade"
como sendo más doutrinas. Não devemos associar a
iniqüidade com o nome de Cristo. Pode ser que seja
muito custoso agora nos separarmos da iniqüidade, mas
qual é a estima que temos de Cristo?
3. Estas mesmas Escrituras nos pedem para nos
separarmos de pessoas más. 2 Timóteo 2:20 nos
fala de "vasos para honra e vasos para
desonra", e o versículo seguinte diz que devemos
nos purificar dos vasos para desonra, para sermos vasos
para honra, "santificado e idôneo para uso do
Senhor" (2 Tm 2:21). Aqui está se referindo às
pessoas e não meramente a doutrina. Em outras palavras,
à medida que nos separamos destes vasos - pessoas, não
apenas suas doutrinas - somos santificados e feitos
úteis para uso do Senhor. Não é suficiente o não
apoiar suas doutrinas, pois só pelo fato de se estar
associado a eles há contaminação com o mal. Todos os
esforços possíveis têm sido feitos, na cristandade,
para debilitar a força desta passagem.
Assim, as Escrituras nos ensinam, com toda evidência, a
separação dos sistemas os quais são uma
negação da verdade; das falsas doutrinas, que
negam a verdade, e dos vasos para desonra, pessoas
que não praticam a verdade. A separação, ainda
que necessária, é sempre negativa, mas deve ter
também algo que seja positivo. Isto nos leva ao segundo
e grande princípio: associação com o bem.
Devemos seguir "a justiça, a fé, o amor, e a paz
com os que, com um coração puro, invocam o Senhor"
(2 Tm 2:22).
Primeiro deve haver a justiça ou retidão.
Qualquer que seja a profissão de fé que o homem faça,
se não há nenhuma evidência de justiça prática,
não pode estar de acordo com Deus. Mas a justiça não
é bastante; o que é justo e o que é injusto não são
suficientes para determinar o caminho do cristão. Ele
deve, por princípio, fazer o que é justo, mas para
andar com desembaraço no caminho do Senhor se requer
fé. Portanto, com a justiça, deve haver a fé. E
a justiça e a fé preparam caminho para o amor. Se
o amor não é garantido pela justiça e pela fé, se
degenerará em mero afeto humano, o qual será usado como
desculpa para não se atuar com firmeza e para passar por
alto o mal. Logo estas qualidades conduzem à paz -
não a uma paz desonrosa que faz compromisso com o mal,
com a incredulidade e com a inimizade, mas uma paz
honrosa, que resulta da justiça, da fé e do amor.
Se seguirmos assim estas preciosas qualidades,
encontraremos outros fazendo o mesmo - aqueles "que,
com um coração puro, invocam o Senhor" - com os
quais devemos nos associar. A separação não significa
o isolamento. As Escrituras nos mostram que sempre
haverá aqueles com os quais poderemos estar associados
ou reunidos.
Portanto, estas passagens das Escrituras fornecem, ao
povo de Deus, instruções precisas para os dias de hoje.
Não nos sugerem, nem uma só vez, que saiamos fora
da Casa de Deus. Para fazê-lo, teríamos que sair
totalmente fora deste mundo. Mas do mesmo modo que não
podemos sair da Casa, somos responsáveis de nos
apartarmos do mal que há dentro da Casa. Não nos é
dito que voltemos a construir a Casa.
É, portanto. nossa responsabilidade, andarmos na luz do
que foi no princípio, e que aos olhos de Deus ainda
existe, e isto apesar de todo o fracasso do homem. Estas
três coisas são necessárias:
- O reconhecimento de Cristo como "a
Cabeça".
- O governo e guia do Espírito Santo.
- O atuar de acordo com as Escrituras.
"Cristo amou a Igreja e a Si mesmo Se entregou
por ela" (Ef 5:25). Querido leitor, está o seu
coração pronto para corresponder a isto?
[Autor desconhecido]
A IGREJA DE DEUS NOS DIAS DE HOJE (AUTOR DESCONHECIDO)
Reviewed by Glória Ebenézer
on
setembro 25, 2017
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